

Você já achou uma moedinha perdida em algum lugar? No bar, na calçada, na rua ou até mesmo em uma calça que já não usa faz tempo? Chamo isso de sorte e fico feliz da vida quando me acontece. Mas já pensou que pode ser algum sinal? Sabia que frequentemente os anjos nos enviam sinais para mostrar que estão por perto? Eu e minhas “viagens na maionese”. Tenho essa mania de sempre perguntar o porquê e tentar adivinhar as coisas.
Quando você joga uma moeda em um lago, uma fonte ou rio, e faz um pedido, reza a lenda que o pedido se realiza. Então achar uma moeda em algum lugar pode significar sorte, sinal e um milhão de coisas boas também.
Nada de lenda agora, isso eu estou inventando neste momento. E meu anjo da guarda está aqui me “assoprando” uma lembrança.
Um dia desses no trânsito agitado da minha cidade favorita Vitória ES, estava ali eu, minha mãe e um amigo da família, o Tio Ed passeando pelo centro nervoso da cidade, sabe como funciona – sinal abre e fecha num piscar de olhos, é gente pra lá e pra cá sem parar, todo mundo na correria. Nesta confusão urbana encontrei uma moeda da sorte, ou melhor, meu anjo dando sinal. Estava caída no chão uma moeda, ou melhor, duas, uma de 1 real e outra de 50 centavos. Para os dias de hoje não podemos ignorar, sem pensar duas vezes abaixei, peguei, sorri, dei dois passos e parei … travei!
Serio! Travei. Lembra da “viagem na maionese” que eu adoro fazer vez ou outra? Pois é, olhei pra um lado, olhei para o outro. Ninguém entendeu nada, minha mãe já começou a rir sem saber o que estava rolando, mas ela sabe a filha que tem! rs.
Nesse momento o sinal estava aberto, os carros estavam passando e do outro lado da rua tinha um daqueles caras que ficam fazendo malabarismo na faixa de pedestre, em troca de que? Pensei … MOEDINHAS! Essas eu chamo moedinhas de sorriso. Voltei dois passos e joguei elas no mesmo lugar.
Fui a lua e voltei, meu corpo gelou e eu não tive outra reação a não ser cair na gargalhada. Óbvio, essas moedas são do malabarista! “Nossa Marina, mais uma pro livrinho de manotas”, pensei.
O sinal fechou, o cara continuou fazendo seu malabarismo e nada de pegar as moedas. Pronto! Coisa do Luciano Huck, juro que pensei!!! Só pode ser “pegadinha”. As pegadinhas constantes dos programas de TV estão ai para mostrar como somos distraídos.
Dando asas à imaginação meu roteiro nessa viagem foi longe… Rindo compulsivamente, não sabia se corria ou se ficava pra ver o que poderia acontecer.
O sinal abril e fechou mil vezes e nada. As moedas da sorte, do sorriso ou sei lá mais do que posso chamar, não eram dele, nem de ninguém! O Luciano também não apareceu! No chão que elas não podiam ficar! Depois de envolver minha mãe e Tio Ed na confusão, eu morrendo de vergonha e sem reação, pedi pro Tio Ed ir até o cara para perguntar se era dele.
De longe fiquei olhando os dois conversar, pegar na mão, trocar sorrisos e tchau! Volta tio Ed feliz também, a moeda não era dele. Naquele momento ele foi o sortudo de ganhar duas moedas, a da “sorte” e a do “sorriso”, e eu, um amigo, mesmo que por um instante!
O sorrido que ele deu quando Ed disse que poderia ficar pra ele foi maior que todos os pulinhos de alegria que já dei quando achei qualquer moeda perdida. Ele era Argentino, estava morando em Vitória de mochilão por tempo indeterminado.
As vezes perdemos oportunidades únicas de sermos felizes com um simples gesto de solidariedade e compaixão para com o outro. Pode ser mais do que uma mera atitude de caridade, acrescentar mais a quem faz do que naquele que recebe.
Naquele dia eu senti isso, tanto é que estou aqui relatando o acontecido. Talvez o maior prazer da vida seja esse, enxergar beleza num acontecimento rotineiro e banal do cotidiano e fazer disso um motivo maior para olhar o mundo com olhos de esperança.
Deus abençoe aquele rapaz e que mais pegadinhas, ou supostas pegadinhas aconteçam para despertar o melhor que existe em mim, e por que não em você também?